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Quipea abre 2025 com atividades de formação e interação entre as comunidades

  • sitequipea
  • 2 de mai.
  • 4 min de leitura

Entre os dias 21 e 23 de março, três atividades do Quipea abriram o ano de 2025 com muitosesclarecimentos e participação de qualidade. Dia 21, sexta-feira, aconteceu a 8ª Reunião Extraordinária da Comissão Articuladora do Quipea. No dia seguinte, sábado, foi a vez da 8ª Formação da Comissão Articuladora; e no domingo a Visita orientada entre comunidades, no quilombo de Maria Romana, em Cabo Frio (RJ).

Realizada no município de Armação dos Búzios, a 8 a reunião extraordinária contou com a participação de 65 pessoas, incluindo representantes da Comissão Articuladora, residentes de associações quilombolas, equipe executora, representantes da Shell e do Ibama. Este encontro teve como objetivo trazer esclarecimentos sobre o período após a Fase 4 do Quipea, de transição para o Plano Macrorregional de Gestão de Impactos Sinérgicos das Atividades Marítimas de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural (Plano Macro), do Ibama. Suely Ortega, representante da Shell, apresentou que o objetivo do período de transição do Projeto é a preparação das 21 comunidades do Quipea para o Plano Macro, pois todas as comunidades vão permanecer no projeto, mesmo aquelas que não fazem parte da área de influência deBC-10, empreendimento da Shell na Bacia de Campos.


Frederico Loureiro acrescentou que este período, que vai de junho de 2025 a dezembro de 2027, é um momento para as comunidades quilombolas do Quipea compreenderem melhor como podem participar do Plano Macro, uma vez que este Plano tem alguns programas voltados para a gestão municipal dos royalties e para a segurança territorial das munidades pesqueiras.

“O respeito às culturas e às tradições vai continuar; o que muda com a transição [para o Plano Macro] são as atividades [...], é a gente se adaptar a como a gestão do território será interpretada para que a gente continue a cumprir as exigências da lei, mas em respeito ao que já adquirimos de conhecimento e caminhada ao longo de 15 anos de Quipea.” – Frederico Loureiro, orientador pedagógico do Quipea


“Esses programas do Plano Macro têm muito a aprender com vocês [comunidades quilombolas] sobre gestão ambiental e segurança territorial, então o período de transição é uma oportunidade de estudo e preparação.” Suely Ortega, assessora sênior de Performance Social da Shell


Ao final da reunião, a coordenadora da Comissão Articuladora, Elizabeth Fernandes, informou que esclarecimentos sobre a transição do Quipea e suas atividades seriam apresentados na 38ª Reunião Ordinária da Comissão Articuladora.


8ª Reunião Extraordinária da Comissão Articuladora do Quipea
8ª Reunião Extraordinária da Comissão Articuladora do Quipea

Suely Ortega, assessora sênior de performance social da Shell
Suely Ortega, assessora sênior de performance social da Shell

Em 22 de março, a 8ª Formação da Comissão Articuladora do Quipea teve como tema a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Quilombola - PNGTAQ, instituída pelo decreto federal nº 11.786, em novembro de 2023. Para falar sobre essa política, a equipe executora do Quipea convidou Francinete Pereira, chefe de gabinete da Secretaria de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos – SQPT, do Ministério da Igualdade Racial. Francinete, ou Fran, iniciou os trabalhos perguntando para os representantes da Comissão se eles já conheciam a PNGTAQ, e impressionou-se com as respostas, que evidenciaram a leitura prévia do decreto e sua importância para os territórios quilombolas brasileiros. A partir da exibição de seus 5 eixos de atuação, Fran ouviu as preocupações de alguns integrantes da Comissão, especialmente em relação à falta de acesso à saúde e educação como realidade das comunidades tradicionais, e a necessidade de se ocupar cada vez mais os espaços de discussão de políticas públicas em todas as esferas.


Ao final da formação, os representantes da Comissão Articuladora dividiram-se em grupos (Quissamã – RJ; Aleluia, Batatal e Cambucá/Campos dos Goytacazes – RJ; Região dos Lagos – RJ; São Francisco de Itabapoana – RJ e Espírito Santo) e apresentaram suas dúvidas sobre a PNGTAQ, principalmente sobre o financiamento para a implementação da política e meios para chegar aos seus territórios, além de possibilidades de articulação com outras políticas públicas importantes para as comunidades. Para saber mais sobre a PNGTAQ, acesse https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/d11786.htm


Fran Pereira, chefe de gabinete da Secretaria de Políticas para Povos Tradicionais (SQPT/MIR)
Fran Pereira, chefe de gabinete da Secretaria de Políticas para Povos Tradicionais (SQPT/MIR)

No domingo, 23 de março, os representantes da Comissão, a convidada Fran Pereira, equipe

executora do Quipea e representantes da Shell e Ibama fizeram a Visita Orientada ao quilombo de Maria Romana, em Cabo Frio (RJ). Recepcionados por Hilton Barreto, presidente da associação dessa comunidade, a visita teve início com café da manhã tradicional e ida até

uma plantação de bananeiras. No local, Altair Barreto, diretor latifundiário da Associação Quilombola da Maria Romana, comentou sobre a importância da organização da comunidade e

perseverança em buscar apoio dos órgãos públicos para os incentivos à agricultura, como a participação em feiras regionais e em programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAD) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Na sequência, os visitantesconheceram a horta de Nelma Barreto, representante titular da Comissão e moradora de Maria Romana, e o local de reuniões comunitárias, no terreno da Igreja local, que se mistura com a história da própria comunidade, e retornaram para a sede da associação, onde foi feita uma roda de conversa com o ex-presidente da Associação Quilombola de Maria Romana, Lamiel Barreto e o atual presidente, Hilton Abreu. O grupo cultural Rainhas do Quilombo fez uma apresentação para os presentes e depois foi servido almoço quilombola.


Visita à comunidade quilombola de Maria Romana, Cabo Frio (RJ)
Visita à comunidade quilombola de Maria Romana, Cabo Frio (RJ)

Visita ao terreno da Igreja de Maria Romana, sede das reuniões da Associação Quilombola
Visita ao terreno da Igreja de Maria Romana, sede das reuniões da Associação Quilombola

Estes encontros trouxeram muitas informações sobre os próximos passos do projeto, e reafirmaram a importância da organização coletiva na continuidade da luta por direitos para as comunidades quilombolas. Aguarde as próximas notícias, mais novidades vêm por aí!

 
 
 

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